Colégio agrícola de Nova Friburgo leva projetos sustentáveis a feira estudantil
O Colégio Estadual de Ensino Familiar por Alternância CEA Rei Alberto I, localizado em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, apresentou dois projetos na I Feira Integrada de Trabalho e Cidadania. A instituição, que integra o modelo de educação profissional e técnica, baseia seu trabalho na chamada pedagogia da alternância, unindo teoria e prática na formação dos estudantes.
O método adotado pelo colégio alterna semanas de estudo integral na escola com períodos em que os alunos retornam às suas casas para aplicar os conhecimentos adquiridos, especialmente em atividades rurais nas propriedades de suas famílias. Essa proposta busca aproximar o ensino da realidade dos estudantes e da comunidade local, fortalecendo os laços entre o ambiente escolar e o território onde vivem.
Projetos voltados à sustentabilidade
Durante a feira, o colégio apresentou os projetos “Viveiro Pedagógico Agroflorestal” e “Sistemas Agroflorestais na Restauração de Matas Ciliares”. Ambas as iniciativas refletem a proposta pedagógica da instituição e o compromisso com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.
O primeiro projeto, “Viveiro Pedagógico Agroflorestal”, foca na produção de mudas de espécies nativas e de interesse agrícola voltadas à agroecologia. Essas plantas são destinadas à recomposição de áreas de preservação permanente de propriedades de agricultores familiares da região. O processo envolve atividades teóricas e práticas que abrangem a cadeia produtiva da restauração florestal.
Já o segundo projeto, “Sistemas Agroflorestais na Restauração de Matas Ciliares”, tem como objetivo restaurar trechos de matas ciliares ao longo de rios, utilizando práticas sustentáveis e técnicas agroflorestais. O trabalho ocorre dentro da própria Fazenda Escola Rei Alberto I, que pertence à unidade, e envolve diretamente estudantes e moradores da comunidade local.
A diretora da escola, Viviane Rodrigues, que atua na gestão desde 2017, ressalta que a aprendizagem é construída com base nas vivências dos alunos dentro e fora da escola. “Nosso plano de ensino leva em conta as experiências das famílias. Isso torna o conteúdo mais significativo e adaptado à realidade da comunidade”, explicou.
O colégio oferece cursos técnicos integrados ao Ensino Médio nas áreas de Agropecuária e Administração. De acordo com a professora Daniele Pinheiro Rosa, os alunos aprendem desde gestão de estoque até empreendedorismo, o que os prepara para o mercado de trabalho. “Eles saem daqui com uma base sólida, independentemente do caminho profissional que decidirem seguir”, comentou.
Parcerias fortalecem ações pedagógicas
A escola mantém parcerias com o Instituto Bélgica – Nova Friburgo (Ibelga) e com a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc-RJ). Em 2024, as atividades foram intensificadas com a criação do projeto Somando Saberes, voltado à formação pedagógica e técnica de jovens do campo.
Outros destaques são os projetos em colaboração com universidades, como o Renegera, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que promove ações de recuperação da Mata Atlântica em parceria com produtores rurais.
A aluna Keyla Mesquita, de 17 anos, ressaltou a importância da prática no aprendizado: “É legal ver a gente plantando e depois colhendo. Isso mostra que tudo o que aprendemos aqui tem resultado”. Já Nicolas Pereira Rhimes, de 16 anos, representante do município no Parlamento Juvenil, destacou a valorização das ações ambientais na escola.
A secretária estadual de Educação, Roberta Barreto, reforçou o papel social da escola no desenvolvimento da cidadania. “A escola é um dos principais espaços de convivência. Cabe a nós formar cidadãos conscientes e comprometidos com a sociedade”, concluiu.
Fotos Ellan Lustosa/Seeduc-RJ
